A intensa e dramática viagem ao Mar das Caraíbas

A intensa e dramática viagem ao Mar das Caraíbas

5 de Abril, 2019 18 Por Vitor Martins

Esta viagem, era sem dúvida uma viagem de sonho! Depois de cinco viagens em navios cruzeiro por várias zonas do globo,a viagem no Mar das Caraíbas seria a cereja no topo do bolo.

Meses antes, conseguimos uma viagem pela companhia MSC, que partia de Havana-Cuba e passaria por Montego Bay- Jamaica, George Town- Ilhas Caimão, Cozumel-México e regressaria a Havana, com a particularidade de ficarmos três dias em Cuba, hospedados no barco.

Seria perfeito! Bastava agora conseguirmos voos para Havana a bom preço. Pesquisámos bastante, e lá conseguimos um voo pela Air Canadá, que faria escala em Toronto, e na vinda ficaria um dia em Toronto, que daria para explorarmos um pouco da cidade!

Marcámos então a viagem via Canadá! Para entrarmos pelo Canadá, precisamos de tirar um visto, que normalmente é efectuado através da internet, o ETA.

O processo é simples e normalmente rápido. Cerca de uma semana e meia antes, tirámos então o ETA, o da Ana foi aprovado em minutos e o meu ficou a aguardar aprovação. Não é uma situação normal, mas deixámos andar o tempo, e dois dias antes, foi-nos dito para irmos mais  cedo que nos resolveriam qualquer problema que houvesse no aeroporto.

Chegou o tão aguardado dia e lá fomos nós, numa manhã fria de Novembro para Lisboa!

Tínhamos o voo ao 12h55, chegámos ao aeroporto por volta das 10h. Mal abriu o check-in dirigimos-nos lá. Prontamente uma funcionária se aprontou a ajudar-nos. Quando nos foi pedido o meu visto ETA, explicámos a situação, e ficámos logo a perceber que sem ele não conseguiria embarcar.

Começaram então dezenas de telefonemas, para a embaixada em Paris,  para Toronto, de forma a ficarmos a saber o que se passava. O tempo ia passando e nós íamos desesperando, tínhamos até combinado com a nossa amiga Catarina Leonardo do blogue de viagens Wandering Life, e o marido, bebermos um café antes de embarcarmos, e com o stress nem o fizemos. Eles ficaram sempre lá connosco até sabermos a resposta em concreto.

O tempo ia passando, os funcionários acalmavam-nos, mas as esperanças eram cada vez menores. Sempre nos disseram que iriam resolver o problema, que iríamos embarcar, mas o que é certo é que a hora chegou e não obtivemos qualquer resposta por parte da Embaixada e pior que isso, nós temos uma Embaixada em Lisboa, que não serve para resolver os problemas das pessoas, pelo menos no nosso caso.

Ligámos várias vezes, e encaminharam-nos para a Embaixada de Paris!!! Mas nós vivemos onde? Já em desespero, cometemos outro erro, aconselharam-nos a fazer novo ETA, assim o fizemos e qual não é o nosso espanto, quando para além de não ter dado nada, nos cobraram €52, quando ele custa €7,5!!

Faltavam cinco minutos para fechar a porta de embarque, foi-nos então dito, que a Ana poderia embarcar, mas que eu não. Ficámos então no impasse, mas como não sabíamos o que iríamos fazer, decidimos ficar os dois.

Ainda sem acreditar bem no que nos tinha acontecido, disseram-nos para irmos ao balcão da Air Canada, para nos tentarem arranjar uma solução, só que a solução passaria sempre pelo Canadá e eu não tinha visto!! A nossa sorte, neste caso, foi termos comprado na Agência Abreu, com o Carlos Marquês, acima de tudo um amigo!

Cinco minutos antes da hora de embarque, lá estava ele a ligar, a perguntar se tudo estava bem, quando lhe falei no se que estava a passar, ao princípio não acreditou, mas depois de eu insistir, tratou logo de meter “mãos à obra” para tentar solucionar o nosso problema. Nós tínhamos vários problemas em mãos, tínhamos visto na Air Canadá voos, mas que não eram compatíveis.

Tínhamos a vantagem que era sexta-feira, e o barco só saía do porto no Domingo à noite. Já sabíamos que tínhamos direito a cerca de 40% do valor dos bilhetes, já de cabeça mais fria, ainda no aeroporto, decidimos tentar outro voo, nem que fosse para o dia seguinte.

O próximo passo foi ligar novamente à EasyParking, aquele parceiro que está sempre lá para nós a todas as horas e que ficou muito triste por não puder ficar com o nosso carro durante dez dias…

Decidimos voltar para Vila Nova de Poiares, pensando que nem tudo era mau, pois o nosso filho mais velho iria receber um diploma de mérito pelo trabalho escolar desenvolvido e nós não iríamos lá estar, mas assim tudo se transformou! Saímos então por volta das 15h de Lisboa, sem saber nada sobre o que poderíamos fazer. Pelo caminho pesquisámos várias soluções e o incansável agente, sempre a tentar arranjar-nos a melhor solução. Chegámos a ponderar desistir da viagem, só que iríamos perder o valor do cruzeiro e nem sequer poderíamos mudar as datas… 🙁

Até que, perto de Leiria, chegámos a um consenso, que acabava por não ser descabido, um voo na manhã do dia seguinte, via Miami, com escala de duas horas, que nos metia em Cuba apenas cerca de dezoito horas depois, mas que poderíamos alterar a data do regresso para um dia ou dois depois, a um preço compatível com o que estávamos dispostos a gastar a mais.

Tínhamos de tirar o ESTA, feito on-line pelo agente, e aprovado em minutos e lá fomos nós para a agência pagar o voo e levantar a documentação. Por volta das 18h30, tínhamos tudo tratado, voltámos para casa, pois o voo era com malas low cost, mudámos as malas e fomos assistir à cerimónia de entrega dos diplomas do nosso filho.

Sabíamos que as 7h da manhã tínhamos de estar em Madrid, no parque entretanto reservado também através da agência.

A cerimónia acabou por volta das 22h, e nós arrancámos em direção a Madrid. Tínhamos bastante tempo, por volta da 0H30 estávamos a passar a fronteira de Vilar Formoso, e a partir daqui, tudo se tornou mais difícil. Os primeiros cem quilómetros foram com muita chuva, e o cansaço estava a começar a apoderar-se de nós. Cerca da 1h30 parámos para beber um café, lavar a cara, descansar cerca de meia hora e seguir viagem!

Mais tranquilos e com tempo melhor, chegávamos a Madrid por volta das 6h da manhã. Quando obtivemos os bilhetes de embarque, começamos a ter a certeza que iríamos até às Caraíbas, porque na viagem, muitas questões se levantaram, a cima de tudo o porquê de não ter obtido o visto.

Cerca de dezoito horas depois estávamos em Madrid a embarcar em novo voo.

Tomámos o pequeno almoço descansados, esperámos pela hora do voo, embarcamos tranquilamente e fizemos uma óptima viagem até Miami, tendo passado por cima da região centro e de Coimbra e Figueira da Foz.

Em Miami tínhamos cerca de duas horas de escala, que dava perfeitamente. Tudo correu tranquilamente, nós tínhamos o visto para Cuba, desde Portugal, estávamos descansados.

Mas ao que parece, nem tudo estava bem!! Ficámos descansados com lugares marcados, e fomos quase dos últimos a embarcar. Quando apresentámos os vistos, disseram-nos que não eram válidos para entradas via Estados Unidos e fizeram nos comprar outros, que com a atrapalhação nem sequer preencheram. Por sorte o cartão de crédito passou, lá se foram mais cento e oitenta euros!!

Mas conseguimos entrar no Mar das Caraíbas!

O voo de cerca de uma hora, passa por lugares com uma visão indescritível! Mas ao chegarmos a Cuba decidimos apresentar os vistos que estavam preenchidos de Portugal, e claro está, passaram tranquilamente, tendo os outros ficado como novos até hoje guardados por aí!

Conseguimos chegar a Cuba, para uma viagem inesquecível no Mar da Caraíbas, mas essa aventura ficará para novo post!

Até já!