Atenas e Ilhas Gregas

Atenas e Ilhas Gregas

25 de Outubro, 2010 10 Por Vitor Martins

Em 2010, com um cenário das maiores crises que o país atravessou, estivemos cinco dias pela Grécia, passando por Atenas onde visitámos a imponente e sempre em obras Acrópole, o parlamento, o estádio olímpico e as suas ruas comerciais.

A Acrópole de Atenas é a mais conhecida e famosa acrópole do mundo. Embora existam muitas outras acrópoles na Grécia, o significado da Acrópole de Atenas é A Acrópole, sem qualificação. É uma colina rochosa de topo plano que se ergue 150 metros acima do nível do mar, na capital da Grécia, e abriga algumas das mais famosas edificações do mundo antigo, como o Partenon e o Erecteion.

As acrópoles da Antiga Grécia eram, como o próprio nome diz, “cidades altas” (do grego “alto” e “pólis”); construídas no ponto mais elevado das cidades, serviam originalmente como protecção contra invasores de cidades inimigas, e quase sempre eram cercadas por muralhas. Com o tempo, passaram a servir como sedes administrativas civis ou religiosas. A Acrópole de Atenas foi construída por volta de 450 a.C., sob a administração do célebre estadista Péricles, foi dedicada a Atena, deusa padroeira da cidade. A maior parte das estruturas da Acrópole de Atenas estão em ruínas; entre as que ainda estão de pé, estão o Propileu – o portal para a parte sagrada da Acrópole; o Partenon – templo principal de Atenas; o Erecteu – templo dos deuses do campo, e o Templo de Atena Nice – simbólico da harmonia do estado de Atenas. Daqui conseguimos ter a vista até ao mar e a Pireu, e do lado oposto as serras e as milhares de casas envolvendo a Acrópole.

Visitámos também o anfiteatro da Acrópole, estima-se que o teatro grego teve início por volta de 550 a.C. e surgiu a partir das celebrações realizadas sobretudo, para o Deus Dionísio, divindade das festas, fertilidade e vinho. Nas celebrações Dionisíacas, que duravam cerca de uma semana, as pessoas bebiam, cantavam e dançavam. Com o passar do tempo, essas festas foram evoluindo na organização e elaboração, até chegar ao que hoje conhecemos como teatro, com enredo, actores, plateia, encenações. Inúmeros festivais de Teatro, fizeram parte da Grécia Antiga e eram apresentados durante o dia todo e muitos duravam vários dias.

Na Acrópole podemos encontrar artefactos que datam de meados do período Neolítico , embora existam habitações documentadas em cerca de 6000 a.C. Na Idade do Bronze existem poucas dúvidas que existiu uma “Grande Sala” que se encontrava nos palácios da civilização Micénica na Grécia Antiga, no topo da colina, servindo de habitação para o potentado local e seus agregados, oficinas, locais de culto e habitações comuns. O local era cercado por uma muralha chamada ciclópica (entre 4,5 e 6m de largura), consistindo de dois parapeitos construídos com largos blocos de pedra e agregados com uma argamassa de terra chamada emplekton. A parede segue a típica forma micénica, onde o portão era oblíquo, com um parapeito e uma torre protegendo o lado direito dos invasores, facilitando a defesa. Existiam dois acessos menores à colina pelo lado norte, consistindo de estreitas escadarias de degraus recortados na pedra. Homero deve-se referir a essa época quando menciona “a sólida casa de Eritreu”.

Depois de passarmos por este marco histórico da humanidade, seguimos para o parlamento, que nestes dias passava uma crise tremenda, devido ao colapso do país. Naquele preciso momento estava a acontecer uma manifestação dos funcionários públicos…

Ainda só estávamos há um dia pela Grécia e já nos tínhamos apercebido o porquê de muita coisa estar mal… Escolhemos ter um guia para nos explicar melhor a história de uma das cidades mais antigas do mundo, mas seria inevitável não falarmos na situação actual do país… todos os dias haviam manifestações, confrontos com a polícia e cada vez mais problemas sociais… Viemos a perceber que muita coisa estava mal, por isso o colapso foi tão grave… desde logo ficámos a saber que existiam funcionários públicos a mais e não eram sequer fiscalizados, podiam nem aparecer para trabalhar, mas no fim do mês tinham os salários na conta… o ordenado mínimo lá são €750.

Depois se fosses uma mulher solteira, tinhas uma pensão, para te ajudar na tua vida, mas claro, mesmo que fossem viver com um parceiro, nunca se casavam, logo continuavam a receber a pensão… Inúmeras histórias que foram contadas pelos próprios habitantes de Atenas, que se acham um pouco injustiçados… eles acham que pagam impostos a mais, em relação aos outros 50% de gregos, que vivem nas ilhas, e realmente tinham razão, quando chegámos às ilhas podemos constatar isso… muitos estabelecimentos nem máquina registadora tinham… Existia na sociedade a mentalidade de, que se fosses homem e passasses a vida no café, seria um excelente homem para casar, porque normalmente, quem passava a vida no café, tinha uma pensão muito boa, ou então outro tipo de rendimento do estado, o homem que ia trabalhar todos os dias já não era bom… 🙁

A Grécia tem cerca de dez milhões de habitantes, sendo que cerca de cinco estão concentrados na capital e arredores. Do que vimos, achámos que os gregos tratam muito mal o seu património, está tudo muito degradado.

Por último passámos pelo estádio Panatenaico, nos tempos antigos foi utilizado para alojar a parte atlética dos jogos das panateneias, em homenagem à deusa grega Atena. Durante a época clássica, o estádio tinha assentos de madeira. Foi reconstruido em mármore, por Arconte Licurgo, no ano 329 a.C. e foi ampliado e renovado por Herodes Ático no ano 140 d.C., com uma capacidade de 50.000 assentos. O estádio já passou por vários processos de revitalização principalmente devido à realização de vários Jogos Olímpicos… Seria um aperitivo para ir conhecer o “berço” dos Jogos Olímpicos. 🙂

De seguida partimos para Katakolon, essa linda ilha que tem Olímpia como a cidade de referencia e a cidade dos jogos olímpicos. Alugámos um carro e partimos para mais uma aventura. O dia estava quente e chuvoso, mas não nos impediu de ir visitar uma das sete maravilhas do mundo antigo.

Olímpia ficou famosa por ter sido o local onde se realizavam os Jogos Olímpicos da Antiguidade, até sua supressão em 394 pelo imperador romano Teodósio I, jogos estes que só foram igualados, em importância aos seus equivalentes realizados em Delfos, os Jogos Pítios.

Olímpia também é conhecida pela gigantesca estátua de Zeus em marfim e ouro, criada pelo escultor Fídias para o templo do deus localizado na cidade, e que foi uma das sete maravilhas do mundo antigo. Escavações junto ao templo de Zeus, durante a década de 1950, revelaram a existência de um estúdio que se supõe ter pertencido a Fídias. Hoje o local preserva um importantíssimo sítio arqueológico.

É de facto, único entrar naquele local e apesar de estar em ruínas, verificar a forma como na antiguidade já havia tanta organização. A cidade em si é pacata mas com muito comércio. Fomos visitar o centro da cidade onde almoçámos… de seguida fomos a uma linda igreja ortodoxa grega.

O dia chegava ao fim, no dia seguinte iríamos até Corfu. O dia estava chuvoso, o que não nos impediu de desfrutar desta ilha verde junto ao mar Jónico, com um forte magnífico. Não vimos todas as suas atracções, mas fomos ao seu belo forte e apreciamos a paisagem, exploramos a cidade e as suas ruas comerciais…

Visitámos também a Igreja no forte, esta igreja importante contém túmulos dos clérigos e nobres de Corfu, e descendentes dos fundadores de igrejas fizeram uma doação à igreja em 1970, para que um museu também pudesse ser instalado aqui. Ele contém uma rica colecção de ícones e relíquias.

Almoçámos na zona comercial, num restaurante muito engraçado, com comida típica da Grécia… a Grécia é um país também de oliveiras e a sua comida é muito regada com essa maravilha gastronómica…

Nesta zona das ilhas mais encostadas ao mar Adriático, o verde impera e a organização e o trabalho também… Tínhamos de deixar Corfu e seguir para a nossa última paragem na Grécia, Mykonos já no mar Egeu, uma ilha fantástica. Típica pelas suas casas brancas metidas nas rochas, pelos seus moinhos e ruas lindas.

Chegámos a Mykonos numa manhã meio nublada… Como tínhamos tempo decidimos alugar uma acelera e explorar a ilha. 🙂 Ao alugar a acelera acontece-nos um dos episódios mais caricatos desta fantástica viagem… o senhor que nos alugou a acelera, um das dezenas de pessoas que vivem do aluguer de motas, carros e bicicletas na ilha, pediu-nos a carta de condução, eu nem sequer a tinha levado, dei-lhe o cartão de cidadão, ele olhou meio desconfiado e deu-me a acelera… na ilha andámos sem capacete, porque a empresa de aluguer nem sequer tinha para os clientes… 🙂 mas o trânsito praticamente nem existe, é pacífico…

Aqui tudo é diferente do que estávamos habituados até agora na Grécia, vimos carros sem capot, sem portas, enferrujados, a andar todos os dias na estrada sem qualquer problema… por aqui parece que não existem leis… 🙂

Em relação ao comércio, aqui, tal como já referimos, não vimos uma única máquina registadora e as facturas eram papéis que ninguém conseguia perceber, começava agora a entender o porquê do nosso guia estar tão revoltado com a situação das ilhas… 🙁

É de facto, difícil de controlar, é realmente muito mau que só metade contribuam para uma Grécia melhor… esta ilha é linda, é mágica e precisa de ser preservada e assim fica difícil… 🙁

De acelera fizemos parte da ilha, passando pela zona do aeroporto e terminando nas belas praias isoladas do lado oposto da cidade de Mykonos..

Depois de um depósito de gasolina gasto e quase a pé, voltámos novamente à cidade…

Pela cidade explorámos uma das ruas mais bonitas do mundo..

Visitámos as inúmeras igrejas ortodoxas gregas existentes neste pequeno paraíso…

Mais tarde fomos explorar os moinhos de vento e a sua zona envolvente..

Entretanto a Afrodite, mandou-nos ir comprar umas recordações para levarmos para Portugal…:D

O dia já ia longo, decidimos ir descansar um pouco numa esplanada à beira mar, mas antes fomos conhecer o animal mais famoso da ilha… as dezenas de simpáticos pelicanos passeiam-se nas ruas como se de uma pessoa se tratasse. 🙂

No final da tarde ficámos a apreciar o mar num dos muitos restaurantes localizados à beira mar..

Era hora de partir, na Grécia tínhamos aprendido muita coisa, foi uma viagem espectacular!!!

Até um dia… 🙂

http://www.visitgreece.gr