Índia

Índia

8 de Fevereiro, 2014 5 Por Ana Carvalho

Incredible India!!

Bem, escrever sobre a Índia é extremamente difícil…  A Índia sente-se!!

Chegámos a Deli na manhã de 08 de Fevereiro com um nevoeiro acentuado e cansados da viagem de 10h… fomos transportados ao hotel onde descansámos o resto da manhã.

A nossa viagem foi programada para visitar Deli e mais duas grandes cidades, Jaipur e Agra, percorrendo quase 900Kms!

DELI

A viagem foi feita com um motorista e guias privados em todos os lugares por onde passámos, menos no dia da nossa chegada. Como estávamos por nossa conta, de tarde alugámos um auto-riquexó (tuk-tuk) para nos levar aos pontos mais importantes. Foi o nosso primeiro impacto real de Deli e do seu trânsito caótico. É impressionante como as pessoas de bicicleta, a pé ou de carro se movem na cidade. Digamos que é um lugar onde as regras desaparecem, mas, sem discussões, só com constantes apitos, seguem em direçcão aos seus destinos.

O nosso motorista levou-nos ao Lotus Temple, local que não estava no nosso roteiro de viagem, mas que adorámos… é uma casa de adoração Bahá’ís e é um local, como outros templos no mundo, que é aberto a visitas a qualquer pessoa, seja de que religião for – “A sabedoria que jaz no construir-se tais edifícios é que em dada hora o povo saberia que é tempo de reunir-se, e assim todos se congregariam, e com perfeita harmonia entre si devotar-se-iam à oração; como resultado de tal reunião a unidade e o afeto haverão de crescer e florescer no coração humano -Abdu’l-Bahá”.

Estávamos só no início da viagem e já tínhamos aprendido tanto!!!
Ainda tivémos tempo de visitar um mercado tradicional indiano onde pudémos apreciar as suas tradições.

Depois de uma tarde em cheio era chegada a hora de voltar ao nosso hotel e descansar, o dia seguinte reservava-nos ainda mais surpresas!
Logo pela solarenga manhã, do dia 09 de Fevereiro, já o nosso motorista nos aguardava para uma alucinante semana!!
Mas ainda tivémos tempo para fazer a restante visita pela cidade de Deli.
Começamos por visitar a Velha Deli e as suas ruelas cheias de comércio e pessoas, onde chegámos a Chandni Chowk, a principal rua de comércio da cidade.


De seguida, mesmo no centro da velha cidade, fomos transportados de riquexó até à grande mesquita Jama Masjid, é a maior mesquita de Deli e a segunda maior do mundo, e toda ela uma obra de arte!! Foi mandada construir pelo imperador Shah Jahan entre 1644 e 1656, com um custo de 1 milhão de rupias. A mesquita, infelizmente, já foi palco de dois ataques, um em 2006 e outro em 2010. No primeiro, duas explosões tiveram lugar na mesquita, ferindo treze pessoas. No segundo, dois estudantes de Taiwan ficaram feridos na sequência de um ataque levado a cabo por dois homens armados que abriram fogo sobre eles. 🙁

Mesmo em frente da mesquita situa-se o Forte Vermelho, é um conjunto monumental de fortificações e um grande exemplo da arquitectura indiana. Foi construído no século XVII. Um viajante desse tempo chegou a referir-se ao forte como uma maravilha superior às prometidas no paraíso. 🙂 As pedras vermelhas usadas nas paredes deste monumental conjunto arquitectónico indiano não são as mais preciosas, mas influenciaram diretamente seu nome. Aquando da sua construção o soberano era Shah Jahan, o construtor do Taj Mahal. Após a morte da esposa, o rei decidiu transferir de lugar a capital do reino, até então sediada em Agra. Não poupou esforços nem recursos na tarefa de criar a cidade real. Palácios adornados de ouro, prata e pedras preciosas, ladeados por jardins das mil e uma noites, ganharam vida a partir dos desenhos dos arquitectos reais. As riquezas e parte da construção, entretanto, não resistiram aos saques e à deterioração. Ainda assim, o muito que restou do Forte vermelho ainda permite vislumbrar a opulência daqueles tempos remotos.

Acabámos a manhã no Templo Birla Mandir ou Laxminarayan, foi o primeiro grande templo hindu construído em Deli. O templo ocupa cerca 7,5 hectares, adornado com muitos santuários, fontes e um grande jardim com esculturas hindu e nacionalistas, e é uma das principais atracções da cidade

Voltando a Nova Deli, visitámos o Parlamento e a Porta da Índia com as suas largas avenidas, limpas e luxuosas, e de arquitectura colonial inglesa.

Almoçámos, sempre com comida maravilhosa (sem muito picante claro – no spicy please!!!)

Da parte da tarde visita a Raj Ghat, Memorial a Mahatma Gandhi.
Mohandas Karamchand Gandhi (Porbandar, 2 de outubro de 1869 – Nova Deli, 30 de janeiro de 1948), mais conhecido popularmente por Mahatma Gandhi (do sânscrito “Mahatma”, “A Grande Alma”) foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o maior defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução.
O princípio do satyagraha, frequentemente traduzido como “o caminho da verdade” ou “a busca da verdade”, também inspirou gerações de ativistas democráticos e anti-racismo, incluindo Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela. Frequentemente Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa). Uma visita inesquecível, porque ele é induscutívelmente um ídolo!!!

E com todas estas emoções já se fazia tarde, mas ainda tínhamos tempo para ir apreciar o Túmulo de Humayun, construído nas margens do rio Yamuna, é considerado o mini Taj Mahal de Deli, é o túmulo do imperador Mughal Humayun. O túmulo foi encomendado pela primeira esposa e conselheira de Humayun, a Imperatriz Bega Begum. Foi também a primeira estrutura a usar arenito vermelho em tal escala. Foi ainda declarado Património Mundial pela UNESCO em 1993 e, desde então, passou por um extenso trabalho de restauração, que está completo. Representou um salto na arquitectura mogol e criou um precedente para o futuro, que atingiu seu auge com o Taj Mahal.

Foi um “aperitivo” para o que iríamos encontrar dias depois! Passear pelos seus jardins, ouvir os pássaros, dar comida aos esquilos… que fim de dia relaxante…

No último dia por Deli, decidimos visitar o maior templo Indu do Mundo. Fascinante!!
O Akshardham, também conhecido como Deli Akshardham ou Swaminarayan Akshardham, é um complexo de monumentos e arquitetura espetacular de cultura e espiritualidade Hindu. Atrai cerca de 70% de todos os turistas que visitam Delhi, foi oficialmente inaugurado em 06 de novembro de 2005. O monumento principal, no centro do complexo tem 43m de altura, 96m de largura, e 110m de comprimento, e é coberto de cima para baixo com detalhes esculpidos da flora, fauna, dançarinos, músicos e divindades.

O dia tinha terminado, e a jornada iria continuar no dia a seguir com uma espetacular viagem de quase 300 kms ate Jaipur – A Cidade Rosa!

JAIPUR – A CIDADE ROSA

E pela manhã do dia 10 de Fevereiro, saímos de Deli em direcção a Jaipur onde chegaríamos a meio da tarde. Pelo caminho o habitual trânsito caótico, estradas principais onde as pessoas passeiam tranquilamente, estradas de terra batida e até camelos a puxarem as suas carroças em plena “auto-estrada”!

Assim que chegamos a Jaipur, a magnífica cidade rosa, deparamo-nos logo com o Palácio dos Ventos, que espanto!

Já não havia tempo para mais hoje, amanhã seria um longo dia, fomos jantar e que belo jantar, a comida tem sido sem sombra de dúvida um dos pontos fortes desta viagem!!
Nesta final de tarde/noite, estávamos nós no último andar do hotel,quando,ao olharmos em volta avistámos um senhor a vender frutas variadas e duas crianças na rua a olharem com ar esfomeado..Decidimos descer e comprar fruta para nós e também para as crianças e fizemos com certeza o dia delas mais feliz.A viagem é um pouco isto,o despertar de emoções e problemas que tem levam a reflectir nos actos que praticas todos os dias,na forma como encaramos a vida, é no fundo como que saíres da “casca” da vida que levas todos os dias…

Logo pela manhã, de sol, visita ao palácio de Amber com subida de elefante, uma experiência inesquecível! A vista do palácio é única, as montanhas dão-nos uma vista fabulosa!

Rumámos de seguida até ao Jal Mahal que significa Palácio de Água, um edifício construído no meio do Lago Man Sagar com as serras a envolve-lo, que espectáculo para a vista!!

La encontrámos um miúdo que fazia magia, tinha 8 anos e uma destreza fantástica e, imagine-se, conhecia o Luis de Matos!!!
Na parte da tarde visitámos o Observatório Astrológico Jantar Mantar, é o maior e mais bem preservado de todos, com cerca de 20 edifícios fixos e exclusivos, cada qual tem a sua função astronómica própria. O nome é derivado de jantar-instrumento, e mantar-fórmula. Neste contexto “Jantar Mantar” significa literalmente “instrumento de cálculo”.


Entre inúmeros instrumentos, destacamos o da foto, Samrat Yantra, o maior relógio de sol do mundo, o triângulo, alinhado com o meridiano do local, funciona como um “marcador” e projecta a sua sombra sobre a superfície curva do arco. Esta superfície, de 3 metros de espessura, é um enorme mostrador feito em mármore polido onde foram feitas milhares de incisões correspondentes a unidades temporais. A precisão deste instrumento é tal que podemos conhecer a hora exacta através da posição do Sol com um desvio máximo de 2 segundos… impressionante!

No dia seguinte visitámos o complexo do Palácio da Cidade que alberga o tão famoso Palácio dos Ventos ou Hawa Mahal. Este Palácio é feito de uma ilusão óptica, visto da rua, parece um edífico completo, mas visto por dentro é apenas uma fachada elaborada, sendo apenas uma pequena parte do Palácio da Cidade. Tem 5 andares e uma estrutura piramidal que significa a coroa do deus Hindu Krishna, e a cauda de um pavão a insinuar realeza e poder. Foi erguido em 1799 e a razão da sua construção tem vindo a impressionar os apaixonados da arte e da arquitectura, ao ponto de o edifício se ter tornado o mais famoso e um verdadeiro símbolo da capital do Rajastão, esta denominação também se deve à existência das centenas de janelas na fachada, que possibilitam que uma brisa (hawa) circule no interior do edifício e o mantenha fresco até mesmo nos meses mais quentes. Esta é, sem dúvida, uma vantagem para os visitantes do Museu Arqueológico que actualmente o ocupa, exibindo esculturas e peças de artesanato antiquíssimas, inclusive do século II a.C…um lugar fantastico!!. Foi por ordem do marajá Sawai Pratap Singh, neto do marajá que fundou Jaipur, que o Palácio dos Ventos foi construído, com a finalidade de permitir às mulheres do seu harém observar o movimento, a animação e as procissões das ruas sem que os transeuntes se apercebessem. É que, nesta época, as damas da corte de Rajput não estavam autorizadas a aparecer em público nem à frente de estranhos. O Palácio dos Ventos dava-lhes, por isso, alguma sensação de liberdade e uma oportunidade de estarem em contacto com o mundo sem quebrar as regras.

Novo dia! Saímos pela manhã em direção a Agra, mas antes tinhamos uma agradável surpresa à nossa espera, Fatehpur Sikri!!
Fatehpur Sikri é uma cidade abandonada com aproximadamente 500 anos, e que permanece em ótimo estado de conservação. Foi construída no século XVI em estilo indo-islâmico. Mas passados catorze anos de ter sido construída, foi abandonada por falta de água. Em 1568, o Imperador Akbar não tinha herdeiros que o substituíssem e foi à procura de ajuda mística, com Shaikh Salim Chisti, que morava na vila de Sikri. A profecia do santo confirmou-se e nasceu o primeiro dos três sucessores do imperador. Assim, Akbar, que era um grande construtor, planejou uma cidade que seviria de apoio à capital do império, Agra, e escolheu que ficasse próxima de Sikri. A cidade foi matematicamente construída, em arenito vermelho e permanece totalmente preservada.
É realmente impressionante a forma como está preservada e a forma como acolhem os turistas que lá chegam todos os dias!!

AGRA

E num ápice, estávamos em Agra.

Uma cidade muito poluída e a mais suja que tínhamos estado… 🙁

O nosso principal objectivo naquela cidade era visitar o Taj Mahal!!! Para nós o edifício mais bonito do mundo!!!! No entanto a poluição na cidade é tanta e o rio está com uma seca tão severa, que o edifício está a degradar-se, o mármore branco está a ficar corroído… levando as autoridades a proibir os transportes poluentes na sua imediação.

Chegámos na parte da tarde, deixámos as coisas no hotel e o nosso motorista, já um amigo pois estava connosco 8/24 à quase uma semana!

E chegou o dia da visita ao Taj Mahal, 14 de Fevereiro, dia dos namorados!!

E não podíamos ter escolhido melhor dia… para quem não sabe o Taj Mahal é um mausoléu que foi mandado construir, em 1632, pelo imperador Shah Jahan em memória de sua esposa favorita, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal (“A joia do palácio”). Ela morreu após dar à luz o 14º filho, tendo o Taj Mahal sido construído sobre seu túmulo, junto ao rio Yamuna.

Estávamos noutra dimensão, um dos lugares, senão o lugar, mais belo do mundo em termos de arquitectura, e porque o seu significado é um verdadeiro hino ao AMOR! E o amor é o que nos move!

E apesar de da parte de fora ser um mundo completamente à parte, sujo e sem as mínimas condições, assim que entramos neste complexo, com cerca de 2kms quadrados, parece que estamos noutro mundo, o interior do mausoléu, e toda a sua envolvente com uns jardins belíssimos é arrepiante!

No dia seguinte visitámos o Forte de Agra, também referido como Lal Qila e Forte Vermelho de Agra ou simplesmente Forte Vermelho. A 2,5 quilómetros do Taj Mahal, é uma cidade-palácio fortificada, e a mais importante fortificação do país. Como tal, encontra-se classificado como Património Mundial pela Unesco. Foi habitado por importantes personalidades.

Vistámos ainda o Túmulo de Itmad-ud-Daula, também chamado de Mini-Taj Mahal porque é muitas vezes considerado um rascunho do Taj Mahal. Junto com o edifício principal, a estrutura consiste em inúmeras dependências e jardins. O túmulo, construído entre 1622 e 1628, representa uma transição entre a primeira fase da monumental arquitectura mogol – construída principalmente a partir de arenito vermelho com decorações de mármore, como no Túmulo de Humayun em Deli e no Túmulo de Akbar em Sikandra – a sua segunda fase, com base em mármore branco, mais elegantemente realizada no Taj Mahal.

Era hora de descansar, no dia seguinte regressaríamos a Deli.
Uma viagem de 210 kms por outra parte da gigante Índia, quase sempre repleta de chuva e onde as estradas se transformavam em autênticos ribeiros, o alcatrão era pouco ou inexistente, e o trânsito na maior parte do tempo caótico, especialmente na entrada de Deli.

Foi o dia inteiro em viagem, onde conversámos com o nosso motorista, almoçámos num restaurante espectacular e bebemos o chá da tarde noutro ainda mais!
Claro que temos a noção que os motoristas vão parando estrategicamente em lugares mais turísticos, onde não há tanta miséria e mais higiene, mas basta observar à passagem pelos lugares, sim porque nunca deixamos de ver pessoas por muitos quilómetros que se palmilhe!

Do pouco que conhecemos na Índia, ficámos com a certeza que não é um país para qualquer pessoa visitar, é um choque cultural enorme, são muitas pessoas concentradas em pouco espaço, e muita falta de higiene, não querendo dizer com isso que as pessoas sejam sujas, o seu dia-a-dia e a falta de dinheiro faz com que sejam assim… mas individualmente são pessoas limpas, tanto fisicamente, como mentalmente, e essa é a lição que retirámos desta viagem!
A Índia muda-nos… a sua forma de pensar, agir, é uma experiencia sensorial…
Até uma próxima lindo país!! <3