Malaca – Malásia

Malaca – Malásia

5 de Março, 2015 3 Por Vitor Martins

Em Março de 2015 fomos visitar Malaca, que tem tanto património português…

Saímos de Singapura numa manhã quente e húmida, para uma viagem de cerca de 4h, passando pela tranquila fronteira que liga os dois países. O nosso objectivo era ir conhecer uma das mais longínquas ex-colónias portuguesas. 😀

Em Maio de 1511, Afonso Albuquerque, chegava a Malaca, com cerca de 18 navios e 1200 homens, vindos da Índia, com o objectivo de controlar a área e se tentarem expandir na estratégia portuguesa das índias orientais. O forte a “Famosa” que servia para defender a cidade foi construído pelos portugueses, assim como várias igrejas, a destacar a linda igreja de São Paulo, que ainda existe, apesar de estar em ruínas.

Na viagem parámos numa área de serviço para almoçar e descansar um pouco, e foi lá, que vimos os maiores e mais esquisitos peixes que vimos na vida!! Eram enormes e quase nem cabiam naquele pequeno espaço..

Esta simpática criança, acompanhou-nos nesta viagem de quatro horas, sempre com uma alegria contagiante… apesar de não termos conseguido comunicar por palavras, os gestos e os sorrisos dizem mais que mil palavras por vezes…

Bom, chegámos a Malaca por volta da hora do almoço para passarmos três maravilhosos dias..

Ficámos instalados num hotel perto do centro da cidade, o que nos facilitou a vida, assim podemos andar a pé tranquilamente pela cidade..

O Eco Tree Malaca encaixa-se no perfil de hoteis que mais gostamos, simples, prático e acessível..

O resto do dia hoje era para descansar, o calor era muito, arrumámos as malas no quarto, e fomos relaxar para a beira da piscina do último andar do hotel. A meio da tarde, veio uma trovoada tropical, que fez com que ficássemos dentro de água um pouco mais de tempo, até a chuva passar..

À noite, fomos jantar ao magnífico restaurante, que existia no rés-do-chão do hotel, onde degustámos comidas deliciosas nestes dias por Malaca.

De seguida fomos a uma festa privada, no último andar do nosso hotel, e que grande festa!! Ficámos a perceber que ali, era dos poucos lugares em Malaca, onde as pessoas podiam beber bebidas alcoólicas, e então a diversão e a loucura tomava conta daquele povo tão simpático, mas tão sério e responsável..

Da parte de cima da piscina, uma banda tocava brilhantemente e as pessoas dançavam em volta da piscina… a certa altura da noite, um grupo de amigos já mais alterados, atiraram se para a piscina e lá continuaram a fazer a festa… a noite estava mesmo muito agradável, mas nós tínhamos de ir dormir que amanhã bem cedo começávamos a explorar a cidade…

Tomámos um belo pequeno almoço e seguimos a pé tranquilamente até à “Famosa”, um dos mais importantes monumentos de Malaca, que já serviu como fortaleza para várias gerações de portugueses.

Em outros tempos, o seu nome era “Porta de Santiago”, e era a mais antiga porta que dava acesso à cidade e ao porto. De seguida subimos até ao alto, onde existe a Igreja de São Paulo já em ruínas, mas que serve de cenário para dias de casamento, e que nos brinda com uma vista fantástica para o porto de Malaca.

Nos 130 anos que estivemos por lá, muito património por lá deixámos, um bairro português no centro da cidade e as lindas igrejas… quando os holandeses colonizaram Malaca, mudaram muitas coisas, mas o que realmente era belo ficou para a eternidade e foi construído por nós..

Descemos tranquilamente a colina, a hora de almoço aproximava-se e o calor estava cada vez mais abrasador… Decidimos ir num riquexó, mas muito colorido que ele era, com muitas luzes e música no volume máximo, tudo em escala exagerada para dar nas vistas… fomos até ao centro da cidade e à Igreja de Cristo, esta já construída pelos holandeses mas linda também…

Realmente esta praça é extraordinária!!

Esta igreja data de 1753 e hoje pertence à Igreja Anglicana.

De seguida passeámos pelas ruas da cidade, visitámos a Igreja de São Francisco Xavier e o bairro Português que hoje apenas o nome é português… 🙁

Voltámos novamente ao centro onde descobrimos que por cá, uma bicicleta é uma “mula”… 😀

O dia já ia longo e o cansaço nas pernas começava a apoderar-se de nós… era hora de voltar e descansar, amanhã teríamos o dia inteiro para explorar um pouco mais a cidade e depois ao fim do dia voltaríamos para Singapura..

De regresso ao hotel, passámos por esta bonita homenagem ao primeiro rei de Portugal…

Bom, o último dia por Malaca amanhecia caloroso como sempre, o nosso dia iria começar no Museu Marítimo de Malaca, iríamos entrar na nau Flor do Mar e explorar todo o seu espólio…

É realmente impressionante, o património deixado pelos portugueses por cá…

De seguida fomos passear por um mercado em frente ao museu..

Foi lá conversando com locais, que nos contaram uma história bastante engraçada, e que revela um pouco do que este povo pensa sobre nós…

Diz-se por lá que quando os holandeses conquistaram Malaca, os Portugueses, fugiram com as naus que tinham trazido, cheias de ouro e bens materiais. A ganância era muita, carregaram tanto as naus, que duas ficaram afundadas logo na baía… As pessoas com quem falámos acham os portugueses muito trabalhadores, empreendedores, mas muito ligados aos bens materiais e um  pouco invejosos e gananciosos… pelo menos foi isso que os seus antepassados lhes transmitiram… é a opinião das pessoas que falámos e vale o que vale, mas vale a pena pensar nisto… 😉

Passámos novamente pelo centro da cidade, e passeámos por lá apreciando as pessoas..

A nossa passagem por Malaca estava a chegar ao fim, mas nós queríamos ir visitar um lugar muito especial… tínhamos andado a pesquisar, e decidimos alugar um táxi do centro da cidade até a Ilha de Malaca, e ir admirar a Mesquita Terapung Selat… um lugar realmente especial e encantador, em frente ao estreito de Malaca… 🙂

Entrámos, e como em qualquer mesquita, as mulheres tem de estar tapadas, por aqui emprestam uma vestimenta para que as mulheres possam visitar a mesquita na maior das tranquilidades.

Por aqui, o povo é maioritariamente muçulmano e os cristãos são uma comunidade quase nula.

Fechávamos assim com “chave de ouro” a nossa visita por Malaca, era chegada a hora de regressar a Singapura…

Foi uma visita inesquecível, estes lugares que nos fazem recuar centenas de anos no tempo, e imaginar como seria o caminho desde Portugal até ali, e como viveriam os portugueses por lá, é realmente um exercício mental indescritível…