Mar Morto o Ponto Mais Baixo do Planeta Terra – Jordânia

Mar Morto o Ponto Mais Baixo do Planeta Terra – Jordânia

4 de Junho, 2019 14 Por Vitor Martins

Deixámos Petra… seguimos em direcção ao Mar Morto, uma viagem de cerca de 150kms por entre vales e castelos…

A partir de hoje, e neste três dias que nos restavam, seria o tio do Hamed, o sr. Omar que nos iria guiar. O senhor Omar, é um professor reformado, um homem com uma cultura acima da média e como o seu próprio nome diz: um homem com uma vida cheia e longa!

Lá fomos animados percorrendo o nosso caminho, e parando em lugares paradisíacos… 😉

A meio do caminho, parámos para tomar um café, o sr. Omar, já conhecia toda a gente, ele desde a reforma que costuma levar e trazer pessoas de e para Petra, passando pelo Mar Morto…

Foi neste humilde café, que nos sentimos verdadeiras estrelas… 😀

Todos queriam tirar fotografias connosco, inclusive o dono do café!!

Estas pessoas precisam muito de nós!Estão a passar uma fase muito complicada na área do turismo, isso nota-se em cada lugar que passámos. Fomos seguindo viagem, sempre com o senhor Omar a conversar connosco sobre o seu país que adora, sobre os seus problemas e inquietações e realmente verificamos que a Jordânia está enclausurada no meio de vários países com graves problemas sociais e religiosos, mas vão tentando manter-se neutros. Na opinião do Omar, o rei da Jordânia é uma pessoa muito apaziguadora e não entra em jogadas politicas.

Contou-nos também que na altura do início da guerra, milhares de sírios fugiram para a Jordânia e que, tal como ele, milhares de famílias acolheram os seus vizinhos, dando-lhes comida e alojamento, muitos deles na sua própria casa, por isso às vezes quando pensamos e nos questionamos porque é que os refugiados não vão para os países vizinhos e vem para a Europa, aqui temos uma pequena amostra de que não é bem assim…

Claro que os que chegam todos os dias à Europa não são só refugiados sírios, mas os países vizinhos tem feito o trabalho deles em acolher as pessoas, mas infelizmente nem todos o podem fazer, até porque já vivem em situações precárias. 🙁

O tempo assim passava rápido demais, e aqui do cimo da serra já avistávamos o Mar Morto. Aqui, o sr. Omar tem um amigo, que recolhe todos os cães abandonados na serra e trata-os como se fossem dele… 🙂

Começava-mos então a descer para o ponto mais baixo do planeta terra!! O Mar Morto, mas na verdade, o Mar Morto não é propriamente um mar e sim um grande lago com 82kms de comprimento por 18kms de largura. Banha a Jordânia, Israel e Cisjordânia. Encontra-se a 392m abaixo do nível do Mar Mediterrâneo: é o ponto mais baixo do planeta Terra.

Que sensação fantástica!! O sr. Omar parou mais uma vez para apreciarmos as vistas e conversarmos mais um pouco… Lá nos esteve a explicar que as águas que abastecem o Mar Morto provêm do rio Jordão, este é rico em sais minerais. A região onde estamos é praticamente desértica, com clima subtropical e semi-árido, com verões de altas temperaturas, ou seja, muito seco. O calor aumenta a taxa de evaporação nas superfícies aquáticas, a água rica em sais minerais evapora e seu teor de sal fica concentrado.

Tinha de perguntar ao sr. Omar o porquê de se chamar Mar Morto. Ele prontamente me respondeu que as suas águas tem uma alta concentração de sal. Estima-se que seja 300g de sais para cada litro de água, sendo que a quantidade considerada normal e que se faz presente nos oceanos é de 35g para cada litro de água, ou seja, tudo isto faz com que não exista vida dentro deste mar, a situação é tão crítica que os peixes que chegam pelo rio Jordão, morrem instantaneamente ao entrarem no lago. A denominação Mar Morto traduz a impossibilidade de vida neste local.

Fomos percorrendo o enorme lago, até chegarmos ao nosso “resort” onde iríamos passar o resto da manhã, almoçar e passar parte da tarde. Confesso que essa foi a parte que gostámos menos, pelo simples facto de ser quase obrigatório pagar para tomar banho no Mar Morto. Existem algumas praias que não se paga, mas a maior parte dos taxistas não querem levar para lá as pessoas, até porque levando as pessoas para o “resort” também ganham com isso. Acho só que pagar €50/pessoa para almoçar um buffet simples e ficarmos por ali a tomar banho no mar um pouco, é muito dinheiro.

Mas pronto, assim chegámos ao “resort”, e fomos experimentar a sensação de estar no ponto mais baixo do planeta terra, boiando na água salgada!

Tínhamos de tirar a fotografia da praxe, lendo o jornal no Mar Morto, e é de facto relaxante!!

O “resort” tinha à disposição dos seus clientes um local onde poderíamos ir buscar barro preto que tem características terapêuticas, principalmente para a pele… e lá fui eu esfregar-me todo. Assim que estava a acabar, aparece um homem, que estava sentado numa mesa próxima, a pedir-me €10… 🙁 a sério??!! poupem-me…

Ao princípio ainda cheguei a pensar que fosse uma pessoa, simplesmente a pedir, mas estávamos num “resort” fechado. Perguntei porquê, ao que ele me respondeu que era prática normal. Eu simplesmente lhe disse que não tinha em lugar nenhum afixado preço e que já tinha pago muito para estar ali e dentro e ele foi-se embora…

Por ali ficámos não mais de duas horas, fomos almoçar e deixamos o “resort”.

É de facto, uma experiência única!! Nós saímos tão cedo, porque recebemos uma chamada dos nossos amigos João e Paula, do fantástico blog Diário das Viagens, que tanto nos inspira. 🙂

Eles estavam a chegar também ao Mar Morto e tínhamos de nos encontrar!! Lá pedimos nós ao sr. Omar e por volta das 15h estávamos no hotel ao pé deles. Por lá ficámos até as 17h30, e claro que ficávamos muito mais, mas o sr. Omar queria ir embora, porque ainda tínhamos de ir até Amã, a cerca de 150kms…

Como sempre as conversas com o João e a Paula, nunca mais acabam!! Valeu amigos!! Vemos-nos por aí!

Bom, o sr. Omar, já não muito bem disposto, lá nos levou até ao nosso hotel em Amã em mais uma grande aventura mas essa história fica para o artigo de Amã e Jerash! 😀