SubMundo de Moscovo – Metro de Moscovo

SubMundo de Moscovo – Metro de Moscovo

27 de Setembro, 2017 1 Por Vitor Martins

As estações de Metro de Moscovo são autênticas obras de arte!

Hoje era o dia de vaguear pelas estações de metro de Moscovo… Entrámos bem cedo no submundo de Moscovo. Aqui dentro parece que existe outro mundo debaixo da terra… Cada estação é diferente, e com pormenores encantadores.

O metro de Moscovo foi inaugurado em Maio de 1935, há mais de 80 anos, tinha apenas uma linha com onze quilómetros e treze estações. Hoje,é um dos mais extensos e mais movimentados sistemas de metro  do mundo, conta com 196 estações, 12 linhas e mais de 325km de extensão, transportando cerca de 9 milhões de viajantes por dia, o maior número de passageiros da Europa.

É impressionante a quantidade de pessoas que por aqui passam todos os dias.

Entrámos na Novoslobodskaya (Новослободская), projectada por Alexey Dushkin em 1952, esta estação da linha 5 a Koltsevaya é conhecida pelos seus 32 vitrais, obra dos artistas letões E. Veylandan, E. Krests e M. Ryskin. Cada painel, rodeado por uma elaborada moldura de bronze, está junto a um dos pilares de mármore rosado dos Montes Urais e é especialmente iluminado pelo interior. Na extremidade das plataformas há um mosaico de Pavel Korin, intitulado “Paz em Todo o Mundo”.

Como era fim-de-semana, as estações estavam mais vazias, e assim dava para apreciar melhor estas obras de arte do subsolo de Moscovo. Apanhámos novamente o metro, até Prospekt Mira (Проспект Мира), fica próxima ao Jardim Botânico da Universidade de Moscovo, esta estação também da linha 5 – Koltsevaya, era originalmente chamada de Botanichesky Sad (Ботанический Сад). Decorada pelos arquitectos Vladimir Gelfreich e Mikhail Minkus, apresenta elementos florais na decoração dos frisos em baixo-relevo, nos quais estão representados diferentes aspectos do desenvolvimento da agricultura na União Soviética. O tecto abobadado, o piso quadriculado em mármore preto e cinza e os majestosos lustres completam o ambiente, misturando harmoniosamente elementos da arquitectura clássica grega e da imperial russa.

Maravilhados dirigimos-mos para a que para nós, é a mais linda estação de metro de Moscovo, a Komsomolskaya (Комсомо́льская). Inaugurada em 1952, essa estação também da linha 5 – Koltsevaya, projectada pelo designer Alexey Shchusev, apresenta colunas octogonais, revestidas por mármore, e um imponente tecto barroco, colorido de um amarelo vibrante e ornado com oito painéis. Os mosaicos, obra do artista Pavel Korin, representam a luta russa por independência e liberdade ao longo de sua história. Esta estação está localizada abaixo de um importante centro de transportes, a praça Komsomolsaya, ao redor da qual se encontram as estações de comboio Leningradsky, Yaroslavsky e Kazansky, e por isso, a estação mais movimentada de Moscovo.

A ideia dos construtores desta magnífica estação era  servir como porta de entrada para Moscovo e maravilhar os visitantes com o poder da capital soviética. Para isso, recursos não foram poupados, a estação tornou-se a apoteose do estilo do Império Stalinista e da megalomania. Até mesmo o diâmetro do túnel central, com 11,5 metros, excede o padrão em 2 metros. Devido a isso, a estação possui o tecto mais alto do metro da capital, decorado com oito painéis de mosaico feitos com pastilhas de vidro e pedras preciosas.

Com pessoas ou sem pessoas, esta estação de metro é incrível!! 😀

Era chega a hora de ir visitar a Elektrozavodskaya (Электрозаводская). Situada na linha 3 Arbatsko–Pokrovskaya, esta estação apresenta seis fileiras de lâmpadas incandescentes circulares embutidas no tecto, o seu nome é uma referência à fábrica de lâmpadas que existia nos arredores. A decoração foi efectuada antes da Segunda Guerra Mundial pelos arquitectos Vladimir Shchuko e Vladimir Gelfreich, sendo inaugurada em 1944. Doze baixos-relevos em mármore destacando a luta do país no conflito, obras do escultor Georgiy Motovilov, foram adicionadas ao projecto original.

E fez-se Luz na  Elektrozavodskaya!!! Uma homenagem ao Glorioso, já reconhecida na página oficial do facebook do SLB!!

Deixamos um agradecimento especial a todo o staff do marketing do Sport Lisboa e Benfica que tanto tem ajudado a promover a marca Benfica além fronteiras!

Daqui partimos sem destino traçado, passando por lugares que são autênticos labirintos. Neste momento e passados três dias em Moscovo, já nos era mais fácil andar de metro, mas os primeiros dias foram uma verdadeira aventura… Olhem só para as indicações no metro!!

Neste momento e com a proximidade ao Mundial, já apanhamos algumas mudanças nas estações e algumas já tem indicações em inglês.

Aqui passámos na Ploshchad Revolyutsii (Пло́щадь Револю́ции). Localizada por debaixo da praça Revolyutsii (revolução), esta estação da linha 3 Arbatsko-Pokrovskaya, foi projectada em 1938 pelo arquiteto Alexey Dushkin. O grande destaque são os arcos de mármore, cada qual ladeado por um par de esculturas de bronze do artista Matvey Manizer, que retratam as pessoas da União Soviética, incluindo soldados, agricultores, atletas, escritores, entre outros. Ao todo, são 76 estátuas na estação.

Era altura de “voltar à terra”!!! Subimos com mais uma história que nos deixava cada vez mais encantados com as pessoas. Estávamos a procurar a saída certa, um rapaz passou com uma rapariga, viu que estávamos a procura de algo e perguntaram se precisávamos de ajuda. Nós lá conseguimos comunicar com eles, dizendo-lhes que queríamos ir visitar uma rua muito comercial aqui perto, e eles não percebendo, disponibilizaram nos o telemóvel, para acedermos ao que quisemos ver. Mais um gesto que nos resolveu o nosso problema..

Lá saímos então no metro, e dirigimos-nos para a Rua Arbat, uma rua muito tradicional, onde não existem carros, com inúmeras e pequenas lojas, galerias, cafés e restaurantes. Os preços são mais baixos e pode-se negociar, sim, e eu adoro!
Mas agora a fome apertava e tínhamos de ir almoçar!

Em plena rua, muita animação, mas cuidado, todos te tentam sacar dinheiro de alguma forma, como foi o caso desta menina, que quis tirar umas vinte fotografias connosco, e depois nos pediu vinte euros de gorjeta!!! Pois é, teve azar com as pessoas que encontrou naquele momento… 😉

Tudo se resolveu com tranquilidade, fomos passeando pela rua com cerca de um quilómetro de extensão e voltámos. Esta rua tem registo desde o século XV sendo uma das ruas, senão, a rua mais antiga da gigantesca cidade de Moscovo.

Ao lado desta tão tradicional rua, existe uma nova rua paralela, onde estão as marcas internacionais mais conhecidas, que neste momento começam a entrar em força neste mercado, que tinha as portas fechadas até há bem pouco tempo atrás…

Desta rua, até à Praça Vermelha, são cerca de trinta minutos a pé, e foi o que nós fizemos..

Viemos adorar novamente a Praça, e descansar as pernas. Meia hora depois seguimos de metro novamente para os subúrbios da cidade.

Foi por lá, já a cerca de dez quilómetros do centro que vimos, quadros pintados em paredes de prédios, vimos termómetros de temperatura do ar em paredes de casas, coisas talvez impensáveis em muitas cidades portuguesas, devido ao vandalismo ou roubo…

O resto do dia foi passado no metro andando à deriva, descobrindo novas estações menos conhecidas… 🙂

As estações são também famosas pela profundidade que têm, algumas delas chegam a estar a 84m abaixo do solo, o que é impressionante! Para chegar lá ao fundo, demoramos algum tempo…

Estávamos na linha que ligava ao aeroporto, mas ainda não era hoje!! 😀

Íamos para casa de coração cheio, realmente quando ouvíamos a história de que Stalin ordenou que os arquitectos e artistas do metro criassem uma estrutura que se destacasse pelo “brilho”, e indicasse um “futuro radiante” e que acima de tudo, todos os operários se sentissem em casa… foi isso que realmente foi conseguido! E hoje, além disso, é uma das atracções turísticas da cidade de Moscovo. 🙂

Boa noite!!! <3