Cusco – Peru e a incrível história do taxista burlão
Chegar a Cusco a mais de 3500 metros de altitude é uma missão verdadeiramente incrível. A altitude provoca tonturas e lentidão nos processos. Só com bastante chá de coca conseguimos resistir aos primeiros dias por cá.
Foi aqui na linda Praça de Armas que passámos as primeiras horas quando chegámos a Cusco. Mesmo ao lado estava o hotel onde ficámos e o Restaurante Chicha-by Gaston Acurio, com quem tínhamos muito trabalho pela frente.
Mas antes disso, almoçamos várias vezes por cá, sabendo que estávamos a provar as melhores e mais tradicionais iguarias do Perú.
Aqui, Gaston Acurio, o maior embaixador da cozinha Peruana no mundo, aposta nos produtos da terra.
E foi depois de mais uma excelente refeição no Restaurante Chicha, que vivemos uma das mais incríveis histórias em viagem. Estávamos precisamente a sair de Cusco em direção a Lima novamente. Iríamos apanhar um autocarro, que nos iria levar durante cinco noites ate Lima, parando em vários lugares para dormir e passear.
A saída estava marcada para perto da noite. Esta noite iríamos viajar ao longo de cerca de 400kms, desde os 3500m de Cusco até à costa do Pacífico, no deserto de Huacachina.
Estávamos com bastante tempo, descansámos no hotel, até que a hora se estava a aproximar e pedimos ao recepcionista para chamar um táxi. Ele chamou-o e nós ficámos à espera.
Como estava a demorar um pouco, decidimos pegar nas mochilas e ir até à porta, esperar. Passados mais de cinco minutos e depois de terem passado dezenas de taxistas, o taxista chegou.
Quando entrámos perguntei se tinha sido chamado pelo hotel, ao qual respondeu prontamente que sim . Já dentro do carro, passados minutos, perguntou para onde íamos, e foi aí que percebi que tinha sido enganado. Não entrámos em pânico, nem fizemos alarido, dissemos para onde era, e ele disse que sabia onde era. Naquela altura faltava cerca de uma hora e um quarto para o autocarro sair. Sabíamos que a estação rodoviária ficava perto, porque nos informamos no hotel, inclusivé do preço do taxi.
De seguida, perguntei-lhe o preço de deslocação, e ele respondeu-me um preço diferente. Aí, tive a certeza que não era o taxista que o hotel chamou. Sempre calados seguimos. O maior problema foi quando ele se enganou e não era naquele lugar a estação rodoviária da marca Peru Hop.
Aí, disse lhe que ele me tinha enganado e que se eu perdesse o autocarro ele tinha de me levar ate à próxima paragem. Ele ficou bastante atrapalhado, faltavam cerca de quarenta minutos para o autocarro sair, numa viagem programada durante a semana seguinte.
Ficámos a perceber que nem GPS tinha, ia parando e perguntava às pessoas. Comecei a ficar apreensivo, ele começou a entrar em pânico, e o trânsito era cada vez maior. Mas como em tudo na vida é preciso ter um pouco de sorte, lá conseguimos chegar à estação, quando faltavam cerca de 10 minutos para o autocarro sair.
O taxista como se de um troféu se tratasse, quando chegou fez uma grande festa e ainda teve a “lata” de nos tentar pedir mais dinheiro. Eu só lhe disse: hoje já ganhaste o dia, pois terias de me ir levar onde o autocarro parasse.
Ir em viagem é ir descontraído mas não distraído, que foi aquilo que nos aconteceu. Correu bem desta vez, mas pode correr mal. Até um dia Cusco!