Viagem a Viena e Bratislava – Áustria e Eslováquia
Nunca aquela velha máxima, “nada acontece por acaso”, fez mais sentido.
Conheci o Paulo Martins há praticamente dez anos, ele é amigo de um amigo meu. Como tem algumas dificuldades visuais, comprou-nos uns óculos e a partir daí começou a nossa amizade.
O Paulo viveu a sua infância perto de Condeixa-a-Nova, mas trabalha há catorze anos em Lisboa, e é uma pessoa especial! Lutador, bondoso, com um coração de ouro. Quando terminou o liceu, com a falta de emprego, e infelizmente com as limitações físicas que tem, não conseguiu trabalho em Coimbra, mas não baixou os braços e teve a coragem de ir sozinho para Lisboa, no único lugar onde conseguiu emprego e onde está até aos dias de hoje.
Ele tem artogripose,uma doença congenita que lhe afeta todas as articulações do corpo, mas é uma pessoa responsável e exigente, portanto consegue ser muito melhor que muitas pessoas no trabalho que executa… Admiro-o e à sua coragem, e por isso um dos muitos dias em que ele veio até Condeixa e me visitou, em conversa a falarmos de viagens, demonstrou que gostava de fazer uma viagem connosco e que Viena era uma cidade que lhe despertava o interesse.
Nós nunca tínhamos estado em Viena, estavam reunidas as condições para irmos todos, aproveitávamos e iríamos também a Bratislava.
Conseguimos voos, e reservámos uma suite de um hotel para todos, e começámos a contar os dias que faltavam para irmos! 🙂
O dia chegou, saímos cedo de Lisboa rumo a Viena!
Tínhamos uma viagem de 2h20, precisávamos de relaxar, e foi o que o Pedro começou logo a fazer!
Passámos pelos Alpes, com alguma neve…
Finalmente chegámos ao aeroporto de Viena, local que guardava a recordação da escala que aqui fizemos de Varsóvia rumo Lisboa, o que nós corremos para apanhar o avião… 🙂
Bom, tínhamos de almoçar, a fome tinha-se apoderado das nossas barrigas, ainda dentro do aeroporto decidimos ir comer um hambúrguer a uma das cadeias de fast-food e seguimos viagem!
Apanhámos um comboio rápido até ao centro da cidade, existem vários pontos de venda de bilhetes para o CAT dentro do aeroporto.
Esta viagem, não foi programada, como de certa forma fazemos quando vamos sozinhos. Levámos as crianças, e o Paulo, pensávamos nós iria ter dificuldades em andar muito a pé, mas enganámo-nos! 🙂
O Paulo anda no ginásio já há alguns meses, e tem tido as pessoas certas ao lado dele, que lhe fizeram o treino adequado e lhe fortaleceram os músculos e agora, apesar de tudo, fez trinta quilómetros em quatro dias tal como nós! 🙂
Mas o nosso objectivo principal era ir relaxar e conviver! Chegámos ao hotel, e deparamos-nos com uma enorme suite, com quarto, sala, cozinha. Nós ficámos no quarto e o Paulo e o Vitor, dormiram na sala, num sofá cama… Perfeito!
Decidimos então, ir até à zona da Ópera de Viena, onde iríamos passear um pouco e jantar.
Por aqui, respiramos música…
Queríamos visitar o seu interior, por isso entrámos e fomos saber como o podíamos fazer.
Ficámos a perceber que no sábado, o único dia que tínhamos disponível para visitar, haveria duas visitas da parte da tarde, mas nós como não tínhamos tempo de ir ver a sala e assistir a um concerto teríamos que escolher, e então decidimos tentar ir ver um espectáculo.
Bom, o dia já ia longo, a fome apertava novamente, fomos mostrar ao Paulo, o que era uma verdadeira salsicha no pão! Ele adorou!
Acordámos cedo, a nossa primeira visita do dia, seria o fantástico Palácio de Schonbrunn, que foi durante muitos anos a residência de Verão da família imperial austríaca.
É um dos palácios mais visitados da Europa e o mais famoso de Viena, ou seja, imperdível para quem vai visitar a cidade! Este lugar incrível é apelidado de “Palácio de Versalhes de Viena” e possui 1441 quartos no estilo barroco, sendo abertos 40 deles ao público, que contam um pouco da história dos Habsburg. O Palácio é Património Histórico Mundial, pela sua importância histórica e da impressionante mobília barroca.
Os seus jardins exteriores são autênticas obras primas, mas claro, nesta altura do ano, não tão bonitos como no Verão!
O Pedro por lá, já fazia das dele!
Podemos visitar o seu interior, mas nós não tínhamos tempo, decidimos que ficará para uma próxima viagem a Viena.
Daqui seguimos para um bairro muito peculiar, nos arredores de Viena! O bairro de Erdberg, é lá que existe o Hundertwasser House, um prédio de apartamentos construído após a ideia e conceito do artista austríaco Friedensreich Hundertwasser com o arquitecto Joseph Krawina como co-autor. A Hundertwasser House é um dos edifícios mais visitados de Viena e tornou-se parte da herança cultural da Áustria.
Daqui, fomos diretos ao enorme mercado de Viena! O Naschmarkt é o grande mercado do séc. XVI, com mais de cem barracas de alimentos e produtos vintage, além de restaurantes. Por aqui passeámos, envoltos numa imensidão de pessoas.
São estes locais que nos mostram, a verdadeira gastronomia de um país. Tentamos sempre visitar o mercado de qualquer cidade onde vamos e esta cidade não foi excepção. Foi aqui que almoçámos. Até agora a chuva ainda não tinha aparecido apesar do céu nublado, e isso era muito bom para nós!
Já de barriga composta, e sempre com a ideia de que, estávamos por ali para conviver e relaxar, fomos até a Ópera, para tentar saber mais sobre os bilhetes.
Pelo caminho vimos o Secessão de Viena, um museu ligado ao movimento de um grupo de jovens artistas, liderados por Gustav Klimt, no final do século XIX. A visita terá que ficar para outra altura…
Vimos ainda a Karlskirche, uma igreja católica romana, considerada a mais notável igreja barroca de Viena, bem como um dos maiores edifícios da cidade, a igreja é dedicada a S. Carlos Borromeo, um dos grandes contra-reformadores do século XVI.
Impressionante! 🙂
Passámos também no Musikverein, que é uma famosa sala de concertos.
Já na Ópera, haviam muitas movimentações de bilhetes, mas aconselharam-nos a voltar perto das 17h para tentar comprar para os lugares no topo da sala.
Fomos visitar a Catedral de Santo Estevão, e que lugar!!
A catedral, também conhecida como “Steffl”, é uma das mais importantes catedrais góticas do mundo e um exemplo da arquitectura do século XII. Possui duas torres, a torre norte foi renovada de acordo com a estética renascentista em 1579 e seu interior adquiriu uma tendência barroca.
O famoso sino o “Pummerin”, pesando não menos que 21 toneladas, sofreu consideráveis danos causados pelos ataques da Segunda Guerra Mundial, actualmente é usado para ocasiões especiais como o novo ano.
Daqui decidimos ir beber um café e comer uma fatia do famoso Sachertorte num dos muitos tradicionais e centenários cafés de Viena.
Os cafés são quase museus, têm um glamour impressionante! O Pedrinho adorou, o bolo claro! 😀
De seguida passeámos pela zona da Biblioteca Municipal e pelas antigas portas de entrada da cidade.
Daqui, apanhámos o eléctrico e fomos visitar o magnífico Palácio de Belvedere!
Este palácio em estilo barroco, é dividido em Belvedere Superior, que hoje abriga um museu que contém importantes obras, e Belvedere Inferior, que abriga exposições temporárias. As duas partes do palácio são ligadas por um jardim espectacular.
A parte inferior foi inaugurada em 1716, a parte superior só começou a ser construída em 1717 e foi terminada em 1723, e pertenciam ao príncipe Eugénio de Sabóia. Em 1752, os herdeiros do príncipe venderam o complexo do palácio para Maria Teresa da Áustria, que o nomeou Palácio Belvedere, que significa Bela Vista. Em 2 de maio de 1903, foi inaugurada a Galeria Moderna no Belvedere Inferior e foi para lá que foram levadas as primeiras obras de artistas importantes, como Van Gogh e Claude Monet. Desde 2001 que é Património Mundial da UNESCO. Actualmente, o Palácio Belvedere abriga a mais importante colecção de arte austríaca, desde a Idade Média até os dias actuais. No museu destaca-se a maior colecção de Gustav Klimt, entre as obras famosas estão Judith e O beijo.
Bom, estava sol, mas o vento, por vezes era bastante desagradável… Nada que não se suportasse, mas estava a chegar a hora de voltar à Ópera para tentarmos os bilhetes!
Quando chegámos, por volta das 18h30, deparamos-nos com uma fila infinita para tentar conseguir bilhetes. 🙁
Decidimos então, tentar falar com algum vendedor, para negociarmos um preço. Ficámos a perceber facilmente que para a Ópera, não seria fácil conseguir bilhetes a preços acessíveis às nossas carteiras. Entretanto, a Ana e os miúdos foram para o hotel descansar e eu fiquei com o Paulo para ver se conseguíamos bilhetes.
Depois de muito negociar, lá conseguimos dois bilhetes para a Imperial Hall, na Praça Beethoven, muito acolhedora e acima de tudo, muito pessoal. Fomos jantar descansados, e entrámos. Os nossos lugares eram na terceira fila, conforme nos venderam.
A partir daqui, o momento foi único e ímpar nas nossas vidas!
Foi um concerto de ópera, mas também de ballet e orquestra. A banda, a Wiener Royal Orchester, e a acústica do salão deixavam-nos arrepiados e boquiabertos a cada música. O tempo aqui, voou!
Num ápice, o concerto acabava, o “Mozart”, o “Beethoven” ou o “Chopin” arrumavam os seus instrumentos, e nós, era hora de voltar para casa. O dia seguinte reservava-nos grandes surpresas. 😀
Acordámos bem cedo, hoje parte do dia seria para irmos de comboio até Bratislava, capital da Eslováquia de comboio, a cerca de 80kms de Viena. Tínhamos tudo reservado pela internet, mas a estação que iríamos apanhar o comboio pensávamos nós ficava na zona este da cidade. Apanhamos um metro, e fomos até a estação.
Chegámos cerca de meia hora antes da saída do comboio, mas qual não é o nosso espanto, quando ao procurarmos a gare, o segurança nos disse que a estação não era esta, mas sim, a estação central que logo após verificamos, fica a cerca de vinte minutos de metro… 🙁
Metemos rapidamente pés ao caminho, corremos o mais possível, e finalmente chegámos à Estação Central… Imaginem que, chegam à estação, e o comboio está mesmo a arrancar e já não existe forma de voltar para trás! Foi o que nos aconteceu… Só nos restava tentar apanhar outro comboio. Dirigimos-nos ao balcão de informação e logo se prontificaram a arranjar uma solução, teríamos só de esperar mais cerca de quarenta minutos. Menos mal. 🙂
Lá fomos nós, até Bratislava, sabendo que iria ser um dia bastante chuvoso.
Mal chegámos, apesar da chuva, apercebemos-nos logo que aqui tudo era diferente, muito mais lixo nas ruas e gente muito mais pobre.
A chuva acabou por limitar um pouco, naquilo que queríamos fazer. Mas como somos persistentes, fomos na mesma!
A zona central da cidade é muito bonita, passeámos um pouco por lá e passámos em frente à Embaixada Portuguesa.
Aqui o Portão de Miguel, é o único portão da cidade que foi preservado das fortificações medievais, construído por volta do ano 1300. Naquela altura a cidade era cercada por muros fortificados, e a entrada e a saída só eram possíveis através de um dos quatro portões fortificados.
Chovia bastante, decidimos comprar um chapéu de chuva e seguimos viagem até ao famoso “Cumil”.
A tradução literal da palavra Cumil é “o observador”. Há duas explicações possíveis para o seu nome. O primeiro rumor diz que ele é um típico trabalhador da era comunista que não se incomodava com o trabalho que deveria estar a fazer. De acordo com o segundo, ele está a olhar sob as saias das mulheres. Esta estátua é bastante fotografada e atrai turistas na junção das ruas Laurinská e Panská.
Daqui seguimos até à praça da Câmara Municipal de Bratislava, onde parámos para almoçar.
O almoço estava delicioso… 🙂
Provámos um prato típico da Eslováquia, um estufado de carne, cogumelos e queijo!
E outro típico da vizinha Áustria, o famoso Wiener Schnitzel, o equivalente ao nosso panado. 🙂
Como a chuva não parava, ficámos mais um pouco a descansar e a brincar!
Ainda tínhamos bastante tempo, mas a chuva não parava, decidimos entrar no metro de superfície e andar até ele parar! 🙂
Parámos a meio do trajecto e fomos apreciar as vistas para a Ponte OVNI e o Castelo. Era outro lugar que queríamos ir mas que não tivemos condições. Apesar do tempo enfadonho e chato, estávamos a adorar o nosso dia.
Era chegada a hora de apanhar novamente o comboio para Viena…
Seguimos então para mais cerca de uma hora e meia de viagem, com paisagens lindíssimas em pano de fundo.
Impressionante, chegámos a Viena e estava um sol incrível! Sim, é verdade! 😀
Foi então que decidimos ir ao Wiener Prater!
O Prater é um gigantesco parque público, que tem um parque de diversões e uma roda gigante!
Fomos experimentar! As vistas do cimo da roda são realmente impressionantes!
A roda tem carruagens privadas, que se podem reservar para uma refeição apreciando a paisagem da cidade!
A vista era linda, as crianças adoraram, mas era hora de descer. O Paulo não quis subir, ficou à nossa espera cá em baixo.
A noite chegava era hora de sair do Prater… 🙂
Estávamos muito perto do famoso estádio Prater, onde o FCP, ganhou a sua primeira Liga dos Campeões em futebol. O Paulo é portista, tinha de ir lá com ele. Apesar do vento e de ser já noite, fica o registo de mais um momento que ficará nas nossas memórias.
Pois é, a nossa estadia por Viena estava a terminar. Tínhamos de ir descansar que o voo do dia seguinte seria muito cedo.
Apesar dos ventos, e de o avião abanar um pouco, lá chegámos nós em segurança a Lisboa.
Ao aterrarmos, e como sempre, a fantástica equipa easyParking, lá está para nos dar as boas vindas com a nossa viatura!
Sem dúvida que desenvolvem um maravilhoso trabalho, ao guardar-nos a nossa viatura durante o tempo que for necessário!
Por último, só uma nota final, ao nosso companheiro nesta viagem, que fez das limitações forças mais uma vez, e conseguiu fazer tudo o que nós fizemos tranquilamente. Grande abraço amigo Paulo Martins! 😀
Foi uma honra e um privilégio ter partilhado com vocês 4 dias fantásticos nesta viagem inesquecível.
Era sem dúvida um sonho visitar Viena e de repente esse sonho se tornou realidade.
Momentos inesquecíveis para sempre recordar.
Foi uma viagem vívida intensamente antes mesmo do seu início.
Pessoalmente foi mais uma prova de que apesar das diferenças somos todos iguais.
Há que saber aceitar e conviver com as diferenças.
Aguentei cada km percorrido com mérito e satisfação.
Um muito obrigado a toda a família Martins por me acolheram tão bem no seio da vossa família.
Espero que esta seja a primeira viagem juntos e que outras se possam seguir.
Iremos com certeza repetir um dia!!
Será sempre um privilégio para nós termos a tua companhia amigo Paulo!
Grande abraço ficamos felizes por teres gostado..
Iremos com certeza repetir um dia!!
Será sempre um privilégio para nós termos a tua companhia amigo Paulo!
Grande abraço ficamos felizes por teres gostado..
Venha a próxima
Que viagem mais gostosa! Deu pra perceber que todos se divertiram muito 🙂 e ler esse comentário do Paulo da pra perceber que a experiência foi incrível!
Mesmo incrível e a repetir!
Ah, Viena, que sonho visitar esse lugar. Pena que não deu para entrar no Palácio de Schonbrunn, mas já tens um bom motivo pra voltar. Gostei muito do roteiro de Viena a Eslovaquia, deu pra aproveitar bem.
Quero mesmo muito voltar!
Eu fiz esse mesma viagem só que de barco pelo rio Danubio, sai da capital Áustria e fui até a capital da Eslováquia, são duas capitais lindas.
Nós fomos para a Bratislava numa viagem para a Viena, é uma boa dica mesmo de viagem bate-e-volta. E que cidade linda., muitos bons pontos turísticos para se visitar.
Sim…vale mesmo muito a pena
Ainda não tivemos a coragem de enfrentar o frio europeu, mas as fotos tem um ar mágico deixando os locais adoráveis. Que viagem gostosa esta de vocês, e que lindo o depoimento do Paulo.
Obrigada 🙏🏻, O frio Europeu tem muito encanto
Quanto lugar lindo vocês visitaram nessa viagem a Viena e Bratislava! Não conheço nenhuma das duas. Adorei saber do parque que tem roda-gigante. Acho ótimo para curtir a paisagem e ver a cidade do alto!
Viena e mágica
Acho tão linda essas construções do leste europeu.
Muito bacana seu roteiro, com certeza faria algo bem parecido =)
Boa!!!
Adorei o roteiro super bem explicadinho, uma pena que não conseguiram entrar no Palácio de Schonbrunn, mas faz parte né, nem sempre a gente consegue fazer tudo.
Que viagem linda pra família! Já me falaram sobre a beleza da Eslováquia, mas não imaginava que tanto! Belíssimo roteiro na cidade! Bjo, qjo
como fica diferente a paisagem né, quando fui era primavera e estava tudo bem florido e colorido. apesar de nao ter gostado muito de viena, amei a vizinha bratislava, muito mais barata e acolhedora
A vida só faz sentido, quando nós tentamos pelo menos ser todos iguais, sem excepções!
A partir daí, qualquer ser humano, encara a vida da forma certa e vocês são o exemplo disso!Muitos parabéns sinceramente
Que passeio gostoso deste quinteto!! Adooorei ver a boa disposição de todos! !Viena é bela, mesmo no frio! Fiz também com o meu filho o trajeto Budapeste/Bratislava/Viena para visitar os Mercados de Natal e também nos encantamos com tanta beleza e cultura!